Dia Internacional pelo fim da Violência Contra as Trabalhadoras Sexuais

Cada 17 de dezembro desde o ano 2003 se comemora o dia internacional pelo fim da violência contra as trabalhadoras sexuais. Foi concebido em origem como uma vigília em memória das prostitutas assassinada por Gay Ridgway, o assassino de Green River.

Neste dia muitas organizações preparam atos para dar visibilidade aos crimes cometidos contra as trabalhadoras sexuais ao redor de todo o mundo. E além disso recalcar a necessidade de eliminar o estigma social. Assim como a discriminação que sofrem e contribui a perpetuar esta violência.

O assassino das trabalhadoras sexuais de Green River

“O assassino de Green River”, Gary Ridgeway, odiava e despreciava as mulheres e particularmente as prostitutas.

Após ser detido em novembro de 2001, foi julgado por quarenta e oitos assassinatos em novembro de 2003.

Posteriormente, confessou um total de 71 vítimas muitas delas prostitutas, das quais nem sequer se computou a ele inicialmente.

Mesmo assim, se pressupõe que a quantia poderia se aproximar a 90.

No dia 18 de dezembro desse mesmo ano, foi condenado à 49 sentenças de cadeia perpétua consecutivas. Sentenças sem direito à Liberdade Condicional.

Segundo Ridgeway, escolhia as prostitutas porque era o que mais odiava. Achava que poderia matar a muitas sem ser preso, já que poucas delas seriam reclamadas como desaparecidas.

Infelizmente muitos dos conhecidos das vítimas do “Assassino de Green River” conheceram durante anos sua verdadeira identidade. Não o denunciaram pelo medo, pensando que a polícia não daria importância.

trabalhadoras sexuais manifestacao

Por que 17 de dezembro?

Em 2003, Annie Sprinkle, atriz e ativista defensora dos direitos das trabalhadoras sexuais junto a Robyn Few, fundador do Sex Worker Outreach Project (SWOP USA) proclamaram o dia 17 de dezembro como Dia Internacional pelo Fim da Violência Contra as Trabalhadoras Sexuais.

Trecho da carta aberta de Sprinkle

“Os crimes com violência contra as trabalhadoras sexuais são raramente denunciados, investigados e castigados. Realmente há gente que não se importa quando as prostitutas são vítimas de crimes de ódio, golpeadas, violadas e assassinadas.

Não importa o que opine sobre as trabalhadoras sexuais e as políticas sobre prostituição. As trabalhadoras sexuais são parte da nossa vizinhança, comunidades e famílias”.

Hoje, em muitos lugares, são lembradas todas aquelas trabalhadoras sexuais que perderam a vida, sofreram discriminação ou violência por falta de direitos. Neste sentido, acreditamos que é importante reconhecer o grande trabalho que estas organizações, associações e coletivos. São eles:

Redtrasex abrange toda América Latina, NSWP está no mundo inteiro, assim como Ammar   atua na Argentina e Fundación Margen no Chile. No Brasil, destacamos  Gempac, Davida, Aprosba, APPS, Aprosmig, Estrela Guia, Daspu, e outros grupos que lutam na defesa dos direitos de todas as pessoas que exercem como trabalhadores sexuais. 

trabalhadoras sexuais direitos

Umbrella Day: Skokka respeita!

Somos conscientes que hoje em dia muitos ainda confundem o termo “prostituição” com o “tráfico de pessoas”.

Por este motivo consideramos que seguir, difundir e interagir com esses coletivos, é a melhor maneira de informar sobre a profissão e amenizar essas dúvidas definitivamente.

Uma maneira de estigmatizar a profissão, para que quem a conheça de perto, possa vê-la desde outro ponto de vista. E, para demonstrar a quem a desconhece mais profundamente do que por lê nas notícias, que existe uma grande diferença.

Seguindo estes perfis nas redes sociais podem conhecer de primeira mão os eventos que organizam no Dia Internacional pelo fim da Violência Contra as Trabalhadoras Sexuais.

Se você é uma trabalhadora ou trabalhador sexual, conhecê-los e unir-se, é a melhor maneira de apoiá-los.

Somando forças e lutando pelos seus direitos!

Nos sites de Redtrasex e NSWP estão presentes muitas destas associações e poderá saber de  alguma associação perto de você, conhecendo o trabalho que desenvolvem. 

O guarda-chuva vermelho X prostitutas

O guarda-chuva vermelho representa um símbolo pelos direitos das trabalhadoras sexuais. Como tal, se utiliza nos atos de 17 de dezembro.

A primeira vez que se utilizou foi durante a 49ª Bienal de Veneza em 2001.

O artista esloveno Tadej Pogacar colaborou com várias trabalhadoras sexuais para criar o “Pavilhão das Prostitutas” onde desenvolveram a instalação “Código Vermelho”.

Então, uma marcha de guarda-chuvas vermelhos saiu do pavilhão e percorreu as ruas de Veneza até o centro da cidade, usando megafones  e chamativos guarda-chuvas, protestando pelas más condições de trabalho e os abusos dos direitos humanos que se enfrentam.

trabalhadoras sexuais

O vermelho é uma cor que simboliza a beleza. Enquanto que o guarda-chuva representa a resistência contra os “ataques” que vêm do céu e das pessoas; a proteção contra o abuso e a discriminação que enfrentam, assim como sua força.

Desde então o guarda-chuva foi acolhido por ativistas trabalhadoras sexuais e seus aliados ao redor do mundo.

O que começou com uma simples ideia, se converteu rapidamente em um símbolo global por seus direitos.

Em 2005 o Cômite Internacional pelos Direitos das Trabalhadoras Sexuais na Europa (ICRSE) adotou oficialmente como símbolo de resistência contra a discriminação.

Em Bruxelas,  Bélgica foi organizada uma marcha com cerca de 200 participantes. Foi um ato de clausura da Conferência Europeia de Trabalho Sexual, Direitos Humanos e Trabalho e Migração.

Por todos esses motivos, seguindo esta tradição, em homenagem a todas que se atreveram a resistir todo tipo de opressão e por uma prostituição ética, desde Skokka.com nos juntamos à comemoração deste dia! 

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